Torres Novas, 24 de maio de 2043
Numa tarde de maio de há vinte, pais, autarcas e outros membros da comunidade se reuniram na Biblioteca de Torres Novas, para preparar o futuro dos seus filhos e cidadãos. Nesse mesmo dia, Rúbia Lóssio publicou um artigo, que tinha por título “A subversiva educação nas comunidades de aprendizagem”.
Com a devida vénia e gratidão, não resisto a transcrever alguns excertos. Rúbia sugeria que perguntássemos a uma criança o que ela desejava ser e quais seriam as suas realizações em benefício da comunidade e da sociedade.
“(…) iremos encontrar explicações na educação. O amigo Zé, do extraordinário projeto Escola da Ponte, lembra que “a educação não é para amadores”, que está no seu livro Inovar é um Compromisso Ético com a Educação.
Com uma proposta transformadora baseada nas relações cotidianas com as relações curriculares pela autonomia, responsabilidade e solidariedade surgem as comunidades de aprendizagem.
As comunidades de aprendizagem criam condições de convivialidades unindo ciência, arte e relações cotidianas, a partir dos dispositivos pedagógicos que surgem mediante o aparecimento das necessidades de convivialidades na reconstrução das relações sociais.
A comunidade de aprendizagem é a cena, a dinâmica, a sinergia entre ações, contemplações e projetos. O que alimenta uma comunidade de aprendizagem é o prazer nas convivialidades pela dimensão da investigação. Seria então, os acontecimentos do dia a dia com a vontade da descoberta por algo de interessante interesse o desafio das Comunidades de Aprendizagem?
Essas comunidades de aprendizagem incentivam as metodologias na perspectiva da criatividade. Seus parâmetros estão na família, costumes, cultura, identidade favorecido pelo encontro. Assim, Zigmunt Bauman denomina comunidade como aconchegante coletivo.
Há de se considerar que, o que alimenta as comunidades de aprendizagem é a intersecção entre ciência, literatura e a vontade de aprender existente na comunidade. Gabriel García Marquez diz que o maior feitiço que existe na vida é a vontade. E, nas comunidades de aprendizagem não falta vontade de aprender.
A Escola, está perdida diante de tantas novidades e inovações tecnológicas, com isso precisamos inovar com o compromisso ético na educação. Deixar o modelo autoritário, patriarcal, ditado pela indústria dos livros didáticos para uma postura de construção de novos livros realizados pela Comunidades de Aprendizagem. O modo como as crianças percebem o mundo não faz conexão com os livros didáticos.
Precisamos trazer de volta os seres humanos. Trazer a poesia, a fé, a curiosidade, a solidariedade, a autonomia, a responsabilidade e a ternura. A partir da Cidadania do Afeto construiremos espaços de educação de sucesso. A partir das virtudes, de uma matriz axiológica de valores poderemos trilhar um novo tempo nas Comunidades de Aprendizagem, como diz o professor Pacheco. Não poderemos continuar a construir uma educação pela autonegação. Singularidade e alegria devem pautar as Comunidades de Aprendizagem.
“Olhemos com ternura nossos alunos como seres humanos. Dignos de realizações.
Para começar poderemos criar um memorial de cada aluno, com seus gostos, suas músicas, poesias, livros, filmes, lugares, cores, jogos, brincadeiras, onde sua matrícula não seja apenas um número. Não viemos para este mundo só para competir, viemos para mostrar nossas realizações em benefício da coletividade. Que cada aluno seja compreendido pela formosura de ser um humano e que a educação seja sempre subversiva.”
Por: José Pacheco