Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCXIX)

Maricá, 18 de janeiro e 2043

Transcrevo, quase integralmente, uma cartinha recebida da Patrícia, com data de 26 de dezembro de 2022. Encontrei-a numa das minhas xeretagens do baú das velharias. E vo-la vos deixo tal qual ela me chegou às mãos. Trata-se de um belo testemunho de alguém que aceitou o convite para participar da gênese de uma nova construção social e que, com poéticas, belas palavras, se expressou.

“Quando eu e Amália achávamos que não haveria mais esperança nem lugar, enquanto Júlia sonhava em ser através da sua arte, nasce, (para nós, por convite, oportunidade de aprender e servir, e misericórdia do Criador) a Terra do Brincar!

Aqui, onde os pássaros insistem, resistem e vivem a cantarolar; onde as estrelas fortemente presenteiam o nosso  olhar e sempre nos contaram o que nem sempre acreditáramos que seria mesmo possível acontecer; onde o vai e vem das ondas da mansa lagoa, que une e multiplica, faz uma bela canção; onde a Lua altiva e altaneira espelha seu prateado sob a superfície das águas, nos mostrando que há caminhos; a esperança toma forma e se materializa em um lugar amoroso, que acolhe e permite que floresçam os espíritos apressados, que nos convidam a atitudes corajosas, para que se façam as transformações necessárias.

Não há mais lugar no Planeta Terra, embora ainda estejamos insistentes em segurar essas mazelas, para o desrespeito, para o ódio, para a manipulação, para a formatação e o encaixotamento de almas, de seres que não suportam mais viver sem a possibilidade de sua expansão e de sua expressão.

É chegada a hora de regenerar os caminhos e ser a Terra do amor, da iluminação, do respeitoso florescer de cada um. Transborda em meu peito a felicidade de uma criança que se encontrou e encontrou o lugar para o seu sonho morar e, enfim! Ser.

Para nossa sorte, o Zé escolheu Maricá para a espera ter a sua vez para acontecer e cá estamos nós, dispostos e entregues ao que viemos a esta Terra fazer e, finalmente, cumprir e atender ao chamado de sermos trabalhadores, enquanto a oportunidade nos permitir e for por nós honrada e dignificada, de um novo amanhecer, de uma nova Terra, onde os seres se renovem e possam se expandir e expandir todo amor que são.

Nesse momento, parece-nos que tudo que vivemos nos forjou para esse “aqui e agora”. E como somos gratos pelo caminho e por cada passo desse caminhar! Grata por esse encontro com o Zé, a Cléo, a Bruna, a Marcela, a Eunice, a Ludmilla, a Malu, a Liz, o Noah e toda gente de todas as idades, que está por aqui chegar.

Grata pelo Evolução estar sendo presenteado com o maior e mais importante momento de sua história, para que possa cumprir a sua missão de servir ao progresso de todos que por lá estejam, passem, se encontrem.

Embalada pela mais profunda gratidão, me entrego para a oportunidade de participar da construção desse amoroso caminho para educação e para as escolas, enfim, serem lugares de ser plena e verdadeiramente feliz.

Um brinde à Terra do Brincar! Com carinho, Patrícia.”

Por essa altura, recebi de “um de nós” mais uma declaração de amor à Terra, um quase-poema, com que encerro esta cartinha:

“Um horizonte verde esmeralda, cabelos ao vento. Ventania de sabedoria, de paixão. Nos observas e eu observo. Sua cabeça branca, banhada pela água esmeralda. Ela é rubi, fogo nos olhos, alerta que nos arrebata. Escuto. Quero ouvir, ver e sentir tamanha paixão.

Quero ficar, não quero mais sair daquela mesa, daquela casa, das joias raras ao alcance de nossas mãos. E vejo que já faço parte de uma comunidade. Que é ali que vamos estar. Já vejo crianças correndo, e já me vejo com elas, aprendendo a vida.”

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