Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCCCLXXVI)

Leiria, 3 de outubro de 2043

Tendo sido a Ponte a primeira escola a conseguir transitar de práticas do paradigma da instrução para o paradigma da aprendizagem, vi-me na necessidade de “explicar o modo” de “transitar”. E acompanhei processos de Transformação Vivencial, na transição do Núcleo de Iniciação para o de Consolidação. No contexto de uma prática formativa isomórfica, agi com os professores do mesmo modo que eles iriam agir com os seus alunos. No início dos anos noventa, eu havia elaborado um “Perfil de Transição do Núcleo da Iniciação para a Consolidação”. Embora ele tivesse sofrido correções e atualizações, parti desse “Perfil” para o adequar a uma Nova Construção Social, nos idos de vinte e três. 

Aqui vos deixo parte de um documento, que com extraordinários educadores analisei, um quarto de século após a sua redação. Perdoai a ingenuidade do texto e alguns equívocos nele contidos. Não vos esqueçais de que foi elaborado há mais de cinquenta anos.

“Perfil de Transição do Núcleo da Iniciação para a Consolidação”

Responsabilidade: É pontual e assíduo e cuida do asseio e arrumação dos materiais. Chega quase sempre a horas e só falta em situações especiais, arruma todo o seu material e alerta o seu grupo para o mesmo quase sempre que abandona o espaço. 

Relação Positiva e de Entreajuda: Mantém um bom relacionamento com pares e adultos. Relaciona-se com os outros com amabilidade e raramente entra em conflito. 

Persistência e Concentração nas Tarefas: É persistente e revela concentração no desempenho das tarefas. Tenta cumpri todas as suas tarefas só solicitando ajuda quando efetivamente dela necessita. 

Autonomia: Toma iniciativas adequadas às situações sem intervenção alheia. Em aspetos que dependem de si próprio toma as iniciativas que lhe parecem mais adequadas. 

Criatividade: Desenvolve tarefas adaptando ou recriando modelos. 

Participação e Pertinência nas Intervenções: Participa ativamente no processo de aprendizagem. Participa com frequência nos debates e/ou discussões coletivas. Intervém na Assembleia com alguma frequência. Na grande maioria das situações, as intervenções são pertinentes. 

Auto Planificação: Elabora o seu plano sem apoio de outrem, atualizando-o. É capaz de elaborar o seu plano, recorrendo ao plano da quinzena e adapta-o ao tempo e espaços que ocupa. 

Autoavaliação: Reconhece o que cumpriu e quais as dificuldades sentidas. Faz a sua avaliação com elevado nível de consciência individual, indicando o que correu melhor e pior tentando, de alguma forma, melhorar no dia seguinte. 

Autodisciplina: Compreende e procura cumprir as regras instituídas. Cumpre quase sempre os deveres definidos em Assembleia e zela pelo respeito dos seus direitos. 

Pesquisa: Procura e recolhe criticamente informação. Consegue procurar e recolher informação em manuais, dicionários, computador e livros temáticos [Naquele tempo, A Internet ainda não tinha chegado…]

Resolução de Conflitos, Senso Crítico e Decisão Fundamentada; Emite opiniões e juízos, fundamentando-os. 

Conceção e Desenvolvimento de Projetos: Identifica problemas e interesses.

Capacidade de Análise e Síntese: Produz análises e síntese elementares. É capaz de, em situações simples (debates, assembleia, pequena pesquisa), analisar e elaborar um discurso (oral ou escrito) que congregue os diferentes pontos. 

Comunicação: Comunica ideias e descobertas de uma forma clara. 

TIC: Utiliza o processador de texto.”

Amanhã, partilharei convosco outros materiais utilizados na Transformação Vivencial de 2023.

Tempus Fugit!  

 

Por: José Pacheco

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