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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLIX)

Cidade do Porto, 25 de dezembro de 2043

No meu Natal brasileiro, um Presépio mostrava um Menino Jesus negro em uma Amazônia devastada. Um bebê negro, filho de uma virgem negra, rodeado de querubins indígenas. Essa imagem me transportou para a “Antologia Poética” de um Miguel, que vivera em Leopoldina e que, assim, evocava o Natal português:

“Nasce mais uma vez, Menino Deus! 

Não faltes, que me faltas, neste Inverno gelado. 

Nasce nu e sagrado, nasce e fica comigo, secretamente, até que eu, infiel, te denuncie aos Herodes do mundo

Até que eu, incapaz de me calar, devasse os versos e destrua a paz, que agora sinto, só de te sonhar.”

A memória de versos misturava à memória gustativa de arroz-doce e rabanadas a do aconchego da lareira da casa de Vila das Aves. Hoje, desfilam pelos meus olhos fechados memórias de avós, pais e mães, irmãos, de uma multidão de gente simples autora dos meus primeiros natais. 

O meu “Natal dos Simples” aconteceu num dezembro dos inícios dos anos sessenta. Tenho um pressentimento de que já dele vos falei, mas cá vai.

Pouco passava da meia-noite, saí da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, entoando o cântico final da Missa do Galo:

“Paz na Terra, Paz na Terra e Glória a Deus nos altos céus. Glória ao Filho, Glória à Mãe. A Paz na Terra! A Paz na Terra!”

Noite fria foi aquela! Temperatura abaixo de zero e eu ia descendo a rua, que me levaria a casa, cantando, possuído por um esbraseante espírito natalício. Até que… numa reentrância de loja chique, deparei com um quadro, que me era familiar. Fora o último que vira, ao sair da igreja: a “Pietá”. 

Uma mulher acalentava uma criança. Aturdido, escutando o seu soluçar, me aproximei, sem saber o que fazer. Ao seu lado, um velho jazia, tremendo. debaixo de uma manta esburacada. Ao seu redor, começava a formar-se uma fina camada de geada. Também chorava. 

Debrucei-me sobre aquele corpo franzino, passei a minha mão pelo seu enrugado rosto. Perguntei o que poderia fazer por ele. Com voz trémula, me disse:

“O que eu quero, meu filho é que a morte não demore a chegar. Vai, meu filho, vai! Deixa-nos. Vai para casa”. 

Fui me afastando, possuído por um estranho sentimento. Mais abaixo, numa esquina da Praça da Liberdade, deparei com duas prostitutas seminuas, tão trémulas quanto os moradores de rua. Em vão, esperavam clientes, mas… era Noite de Natal.

Senti vontade de correr, fugir dali, fugindo não sabia de quê. Exausto, quase chegado a casa, sentei-me nos degraus de pedra das Escadas da Vitória. Subitamente, soltou-se um mar de lágrimas feitas de impotência, de raiva, choro de indignação.

No seu “Conto de Natal”, Charles Dickens diz-nos:

“Talvez o Natal venha mostrar o sentimento de amor, amizade, gentileza e ternura. Talvez, o Natal seja a data mais introspetiva do calendário. Mesmo anunciando o nascimento do menino Deus o Natal é uma data triste.” 

E o Poetinha, no seu “Poema de Natal”, confirma:

“Para isso fomos feitos: / Para lembrar e ser lembrados / Para chorar e fazer chorar / Para enterrar os nossos mortos / Por isso temos braços longos para os adeuses / Mãos para colher o que foi dado / Dedos para cavar a terra. / Assim será nossa vida: / Uma tarde sempre a esquecer…”

Mas a Cora Coralina revela um Natal do otimismo:

“Tem presente de montão / no estoque do nosso coração / e não custa um tostão! / A hora é agora! / Enfeite seu interior! / Sejas diferente! / Sejas reluzente!”

Concluirei esta já longa cartinha com uma mensagem do amigo Rubem:

“Nada melhor do que enfeitar o nosso interior. Neste Natal construa uma comunidade de afetos. Comece pensando o bem, querendo o bem e fazendo o bem. 

Feliz Natal!”

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLVIII)

Nascentes de Luz, 24 de dezembro de 2043

Nunca agradeci o bastante por a minha amiga Andreia me ter levado até à “Nascentes de Luz”, um lugar onde o Natal acontece todos os dias. Senti-me em família, numa época em que, voluntariamente exilado no Sul, toda a minha família estava no Norte. 

Pelo WhatsApp, acompanhava os preparativos da “Consoada”. O Natal de vinte e três todos reuniria numa “Festa da Família”, na casa da Luísa. A dez mil quilómetros de distância, com eles conversei, nesse Natal brasileiro celebrado na casa da Mariana.

Dias antes, recebera um texto da minha amiga Maria do Céu Roldão, retrato fiel dos natais do Norte e do Sul. Aqui vo-lo deixo, com votos de um Natal de Paz. 

“O cowboy da meia-noite.

O homem estava caído de lado, imóvel, no chão do centro comercial. A perna dobrada vestia uns jeans coçados. Nos pés uns ténis modestos. Em volta, uns quantos funcionários afadigavam-se relativamente – entre olhar com ar entendido e usar os telemóveis para pedir socorro. 

Nós, os clientes apressados, detínhamo-nos um pouco – divididos entre uma espontânea inquietação e a mórbida curiosidade pela tragédia, entre uma vaga ideia de ajudar – mas fazer o quê? – justificamo-nos … e o poderoso instinto de fugir para o conforto das margens. Lá ficou, um homem caído no chão, doente ou morto. E eu segui. Como os outros. Afogada na onda de decorações e cantos de Natal e no afã dos inadiáveis compromissos. 

Joe Buck, o ingénuo texano – do extraordinário filme de 1969 “O cowboy da meia noite” – que vem do campo para Nova Iorque, em busca da fortuna, e aí se envolverá com um improvável amigo, coxo e marginal (Dustin Hoffman, inesquecível!…), inicia a sua experiência na grande metrópole com uma sequência espantosa , em que um homem cai no passeio aparentemente com um ataque cardíaco , em plena 5ª Avenida, e a multidão , perante o seu olhar de estupefação e horror, continua a caminhar apressada, ao lado do homem caído no chão, sem se alterar, sem se desviar, sem sequer baixar os olhos. (“Vejam bem daquele homem a fraca figura/ desbravando os caminhos do pão; e se houver/ uma praça de gente madura / ninguém vai levantá-lo do chão” – ecoa a voz do Zeca na minha memória).

A solidão indefesa – podia ser o outro título desta melancólica escrita, num tempo de festa. A solidão monstruosa e o abandono irremediável – na doença, no desespero e na morte. A desatenção tornada “natural” quando um de nós está perdido. Ou quase. A solidão insuportável do silêncio em que se isolam hoje os humanos, atrás de mil gadgets hipercomunicacionais, olhares perdidos em lado nenhum, ausência quase total do sermos “nós”. A exposição indefesa de um corpo entregue à sua queda.

Acabei, no mesmo dia, de fazer o pequeno e tosco presépio que insisto em montar – sou quase a única cá em casa a dar importância a essa pequena encenação do acontecimento maior do Natal, não sei muito bem porquê… Talvez porque, para mim, mais do que todo o simbolismo religioso e cultural, a teatral disposição da cena do nascimento de Jesus expõe sobretudo a irremediável, comovente e gritante solidão de uma rapariga e de um homem, solitários, expulsos e indefesos, na noite fria em que lhes nasce um filho. E o que me reconforta na simbologia do presépio, quando a recrio em cada ano, é que coloco as figurinhas todas a dirigirem-se para eles. A caminhar no sentido inverso da solidão. Guiados pela estrela, ou pelo melhor do que existe nos seres humanos, pastores e reis vão vê-los, vão presenteá-los, vão acompanhá-los. Vão estar com eles. 

Bom Natal!”

A saudosa Maria do Céu ainda viveria um Natal fraterno: o de 2024. Dele vos falarei.

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLVII)

Caçapava do Sul, 23 de dezembro de 2043

Ontem falei-vos de autonomia. E a cartinha terminava com um exemplo da prática da solidariedade. Dela vos falarei na de hoje, expressa nas palavras do Mestre Morin: 

“Sejamos irmãos porque estamos perdidos num pequeno planeta dos arredores de um sol suburbano de uma galáxia periférica de um mundo privado de centro.”

Reflitamos sobre uma dura realidade: a quantidade de suicídios verificados neste nosso conturbado mundo equivale ao dobro do conjunto de mortos por guerra e fome. Quem se interroga sobre as causas de ambas as tragédias? Quem  reflete sobre a ausência de uma ética apoiada na bondade e no apoio mútuo? 

Naquela idade em que começamos a sentir a necessidade de dar sentido à vida, é preciso que aconteça um feliz encontro com seres que ensinam que a verdadeira vida é um fraterno encontro.

Em direto, a televisão transmitia um atropelamento, numa rua de São Paulo: um corpo no meio da rua e condutores desviando as suas viaturas daquele obstáculo, alguns quase esmagando a inerte vítima do acidente. Na calçada, transeuntes alheios ao drama. Até ao momento em que um deles faz sinal aos carros para que parem, vai até junto do corpo e pede para chamar uma ambulância. 

Interrogo-me: Este “sofrware” humano será o único, ou poderemos aspirar a algo diferente? Quero crer na possibilidade de uma sociedade mais fraterna. E escuto o Mestre Morin que nos fala da necessidade de uma metamorfose, de uma reforma moral, lograda através de profundas mudanças no modo de educar e numa economia ecológica e solidária. 

Ele diz-nos que solidariedade é a palavra que pode modificar positivamente o futuro da humanidade. Curiosamente, Morin considera que o país com maiores posssibilidades de liderar essa metamorfose solidária é o… Brasil. 

Quando se substituirá um “ou” solitário pela coordenação do “e”, para que não haja moradores dos jardins versus zona leste, mas apenas brasileiros unidos numa tarefa comum? Compartilhe-se a fome e a abundância, a tristeza e a alegria, a saúde e a doença. 

No final da década de oitenta, o presidente da assembleia da escola era um mocinho muito autocentrado. Nas reuniões, ele somente dava a palavra aos amigos e não assumia responsabilidade coletiva, em situações que justificavam essa atitude. 

Foi criticado por muitos dos alunos que o elegeram. Reagiu, dizendo que se demitiria. Então, as crianças tomaram uma decisão surpreendente: decidiram que o presidente deveria continuar no cargo. Mas que a condução das reuniões deveria ser participada pelos restantes membros da mesa da assembleia, de modo a ajudar o presidente a aprender a respeitar os outros e a respeitar-se.

Ao longo daquele ano letivo, o presidente, que não foi demitido, viveu múltiplas situações de ajuda mútua. No final da última assembleia daquele ano, deitou discurso, agradecendo aos colegas a oportunidade de ter aprendido a ser solidário. 

Em linguagem de gente jovem, disse, mais ou menos, isto: Que não se importava de não ser o primeiro, para que todos pudessem ser os primeiros. 

Dizia o mestre Pestalozzi que a educação moral não deve ser trazida de fora para dentro da criança, mas deve ser uma consequência natural de uma vivência moral. A compreensão e a aceitação do outro resultam de uma aprendizagem da verdade, na arte de conviver. Desde tenra idade, a solidariedade na solidariedade se aprende. 

Um menino sentou-se no colo de um idoso, que chorava a morte da sua esposa. O idoso susteve o choro e sorriu. Quando a mãe da criança lhe perguntou o que tinha dito ao velhinho, a criança respondeu: “Nada. Só o ajudei a chorar.”

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLVI)

Camboinhas, 22 de dezembro de 2043

Netos queridos, entre os dias 21 e 22 de dezembro, ocorre o solstício de Inverno no hemisfério norte. No hemisfério sul, o solstício é o do Verão. O dia 22 de dezembro é considerado auspicioso, simbolizando o começo de novo ciclo, e para o vosso avô, ele tem um significado especial (um dia, vos direi qual é).

Renasce a esperança de tempo novo, tempo de atos criadores, de vida gratuita e plena, tempo de percorrer caminhos novos. 

Como dissera o Mia Couto:

“É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro. E o que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar, a estrada permanecerá viva.”

Nos idos de vinte, os educadores sonhadores eram uma espécie em vias de extinção, até que foi chegado um “solstício educacional”, há muito anunciado. As atas da Conferência de Ministros da Educação, realizada há mais de quarenta anos rezava assim: 

“Toma corpo a ideia de uma educação libertadora, que contribua para formar a consciência crítica e estimular a participação responsável do indivíduo nos processos culturais, sociais, políticos e econômicos.” 

Muito antes, a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, reunida em Medellín, também registava em ata: 

A Educação em todos os seus níveis deve chegar a ser criadora, pois devemos antecipar o novo tipo de sociedade que buscamos na América Latina.”

Há vinte anos, movia-nos a esperança de que, algum dia, essas vozes fossem escutadas. Esperança, que, em seu sentido genuíno, significa fé na bondade da natureza humana. Significa confiar, acreditar ser possível ensinar (e aprender!) o diálogo, o reconhecimento da diversidade, a amorosidade, a solidariedade, a alegria, a justiça, a ética, a responsabilidade social, o respeito, a cidadania, a humanização da escola. 

Utopia! – Exclamarão alguns. Mas, como nos avisava Robert Musil, a utopia era uma possibilidade que poderia efetivar-se no momento em que fossem removidas as circunstâncias que obstavam à sua realização…

Knecht, personagem criada por Herman Hesse, desejava educar uma criança que ainda não tivesse sido deformada pela Escola, instituição que se mantinha conivente com a perpetuação de um estado de desequilíbrio entre um imenso progresso técnico e a nossa sobrevivência, numa espécie de proto-história da humanidade, feita de sofrimento humano e de corações vazios, na qual ainda precisávamos de aparatos sociais como tribunais e prisões. 

Era bem verdade que uma modernidade prometeica nos fazia desesperançosos, mas mantínhamos a esperança de “chegarmos vivos ao fim da vida”.

Escutemos o Mestre Agostinho, quando nos diz ser possível que as crianças sejam tão livres e desenvolvidas, que possam governar o mundo pela inteligência e imaginação, e não por saberem muita aritmética ou ortografia.

Mestre Agostinho tinha esperança de que a criança grande, que habita em cada um de nós, pudesse dar ao mundo o exemplo do que deveria ser “vida gratuita”, para que ninguém tivesse de pagar para viver e trabalhar para viver, para que “ninguém mais passasse a vida amuralhado e encerrado entre grades e renascesse para ser aquilo que deveria ser”.

Somos do tamanho dos nossos sonhos, como afirmou o Pessoa. E, no tempo em que o projeto da Escola da Ponte teve início, era a esperança que nos movia. Diziam-me que, com professores como aqueles que tínhamos, na época, não seria possível fazer avançar o projeto. Mas foi com aqueles professores, acreditando na capacidade de se transcenderem, que o projeto começou. Foi esperançosamente que ele prosperou. 

Nóis pode! – diria o amigo Tião. 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLV)

Barra do Garças, 21 de dezembro de 2043

Netos queridos, nesta cartinha, completo as referências à Carta de Princípios dos Românticos Conspiradores. Nos idos de vinte e três, a dei a conhecer aqueles educadores que manifestaram a intenção de fazer de 2024 o ano da “virada educacional”. Eu sei que esta expressão vos poderá parecer estranha, mas o “brasileirismo” descrevia na perfeição aquilo que, no ano seguinte, aconteceria.

Há um quarto de século (como o tempo passa!), os RC juntavam uma adenda ao documento, que venho citando:

“Esta carta é produto do trabalho coletivo dos membros do núcleo RC-SP, realizado através de fórum virtual de discussões e reuniões presenciais durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2008 e aprovada em assembleia, no dia 18/10/2008. 

O processo de construção da carta está relatado em “Histórico do Núcleo RC-SP”, aqui. A versão desta carta com as assinaturas de adesão pode ser consultada em: http://rcsp.wikidot.com/carta-de-principios.”

Não sei se ainda podereis encontrar o documento nesse site da velhinha Internet, mas valerá a pena tentar, porque, se o achardes, ireis deparar com um extraordinário espólio, uma memória de projetos que precederam a “virada educacional” dos idos de vinte. 

Então, aqui tendes o restante, o final da Carta de Princípios. Espero que vos faça bom proveito, que tenha sido útil, como o foi, vai para vinte anos.

“A educação só possibilitará à pessoa atuar efetivamente na transformação da sua realidade se proporcionar condições de autotransformação. Em outras palavras, é somente através da promoção de aprendizagens significativas que a educação contribuirá para a transformação humana e social.

EDUCAR NA DEMOCRACIA

A educação que prepara para a democracia deve dar-se através de práticas não-autoritárias, que permitam a ampla participação de educandos, dos educadores, das famílias e da comunidade. Só é possível uma educação “para” a ação cidadã se a educação for “pela” e “na” ação cidadã. As práticas educativas promotoras da liberdade, autonomia, respeito, responsabilidade, equidade e solidariedade devem estar associadas aos princípios anteriores para permitir que atinjamos o objetivo maior da autorresponsabilização social.

A autorresponsabilização social refere-se à conscientização de que os contextos sociais são responsabilidade de todos e de cada um, visando que as pessoas e comunidades tenham condição de se apropriar das suas realidades e transformá-las. 

A este propósito, valerá a pena redefinir conceitos como os de educação democrática, não coercitiva, educomunicação.

EDUCAR COM DIGNIDADE

A dignidade específica do ofício do educador é derivada da dignidade reconhecida na pessoa do educando. O educador deve ser cônscio do seu importante papel como agente social, assumindo sua missão como tutor dos educandos e facilitador de suas aprendizagens, entendendo que a educação deve ser solidária e coletiva e a aprendizagem um processo de dupla-via – entre o educador-aprendente e educando-ensinante. 

O tão almejado resgate da autoridade e a revalorização social e profissional do educador passam, necessariamente, pela reformulação das formações iniciais, pela reflexão e atualização permanente das práticas educativas e, principalmente, pela constante busca da coerência entre o fazer pedagógico e as necessidades educacionais dos educandos, suas comunidades e das sociedades em geral.”

Netos queridos, dei-vos a conhecer a obra dos RC, porque não é por acaso que, hoje, os vossos filhos têm a Escola que todas as crianças merecem.

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLIV)

Ipê, 20 de dezembro de 2043

Na senda de educadores que os antecederam os Românticos Conspiradores (nunca será demais os referir)” eram exemplos de coerência, generosidade e amor pela infância. Afirmavam que “assim como cada ser humano possui diferentes limites, possui também diversas potencialidades que poderão, ou não, ser desenvolvidas e expressas a partir das formações e transformações que ocorrem durante toda a vida.” E davam o mote das transformações: 

“Para isso a educação deve ser um processo intencional, contínuo e transformador, que leve a integralidade e que repercuta durante toda a vida.”

Antecipavam em vinte anos aquilo que viria ser entretenimento de teóricos ociosos, como: transdisciplinaridade e educação integral. E o faziam numa práxis consistente:

“A educação integral é vista aqui como aquela que considera as diversas dimensões da experiência humana: sensorial, cognitiva, emocional, moral, ética, política, cultural, estética, artística etc.”

Vos deixo com mais alguns passos da sua Carta de Princípios. Nos idos de vinte e três a divulguei, para que as ARCAs tivessem fonte de inspiração para redigir a sua própria “carta”.

“EDUCAR EM SOLIDARIEDADE

A educação é um processo relacional, possuindo um caráter social que deve ser assumido nas práticas educativas. A solidariedade, mais do que um objetivo ético a ser atingido, é uma condição primordial para a realização do trabalho educativo. Portanto, este só se desenvolverá plenamente se considerar e incluir as diversas relações entre todos os atores envolvidos: educandos, educadores, gestores, famílias e comunidades. No caso da escola, é indispensável que abra suas portas à comunidade, a fim de constituir-se em pólo integrador e irradiador do saber e do esforço social pela educação, também cabe a escola incentivar a integração dos agentes e espaços comunitários a esse mesmo esforço.”

Completavam o enunciado deste princípio co a recomendação de estudos afins, sobre comunidade, docência compartilhada, metodologia de trabalho de projeto.

O terceiro dos princípios dos RC era o “EDUCAR NA DIVERSIDADE”.

“A educação deve contemplar a originalidade e a criatividade das pessoas, valorizando a diversidade humana em todos os seus aspetos: físicos, psicológicos, culturais, etc. As práticas educativas devem ser coerentes com o fato de que as pessoas aprendem melhor segundo seus interesses e motivações, em diferentes ritmos e de diferentes formas. 

A noção de educação na diversidade, associada aos conceitos de integralidade e solidariedade, permite o reconhecimento tanto de nossas singularidades quanto das nossas igualdades, resultantes de nossas condições humanas e socioculturais. As diferenças, nesse contexto, devem ser consideradas como algo inerente ao ser humano, rompendo-se a lógica binária que nos fragmenta em “iguais” de um lado e “diferentes” de outro.”

Sugeriam desdobramentos reflexivos – sobre pedagogia da escuta, ensino não seriado, grupos multietários, educação para a paz, pedagogia da autonomia, educação multicultural, educação inclusiva – não deixando de sublinhar que o termo educação inclusiva era utilizado com ressalvas, “uma vez que seu uso só fazia sentido em um contexto excludente” (sic).

EDUCAR NA REALIDADE

A educação deve servir para a melhora objetiva da realidade na qual ela ocorre, contribuindo para o chamado desenvolvimento local. Para tanto, ela deve ser contextualizada, integrada à vida dos educandos e de suas comunidades, aberta para a troca de experiências e conhecimentos. 

(continua)

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLIII)

São Paulo, 19 de dezembro de 2043

Pois é! Melhor dizendo: melhor era! Ciclópica tarefa estava nos reservada. Para não continuar a tolerar o intolerável, como diria o dito popular, deveríamos “mudar a roda com o carro em andamento”. 

Para refundar um sedimentado e nefasto sistema, urgia mudar regras. Para que, efetiva e finalmente, acontecesse mudança, inovação, os novos rumos seriam definidos segundo uma matriz axiológica humanizadora. 

Foi isso que as ARCAs fizeram. Atualizaram uma “Carta de Princípios de Acção”, na esteira da geração dos Românticos Conspiradores da primeira década deste século. Na sua origem estava um textinho que o vosso avô publicara no jornal Folha de São Paulo, em novembro de dois mil e cinco: “As Escolas Invisíveis”. Começava assim:

“É preciso afirmar que há, no Brasil, muitos professores que dão sentido às suas vidas, dando sentido à vida das crianças e das escolas. Sinto-me um privilegiado por, após três décadas de trabalho numa escola que ousou provar que a utopia é realizável, encontrar no Brasil tanta generosidade e responsável ousadia.”

Aqui vos deixo a “resposta dos RC de 2009:

“O movimento Românticos Conspiradores constitui-se de uma rede colaborativa formada por pessoas que militam pela transformação da Educação Pública. E a educação pública é por nós entendida como aquela voltada para a população em geral e que a todos dê garantias de acesso, sucesso e realização pessoal e social, seja ela de caráter estatal ou privado.

Nossa finalidade inicial é a de promover a comunicação e o apoio mútuo entre pessoas, organizações e projetos que tenham por objetivo contribuir para a superação dos arcaicos paradigmas educacionais vigentes.

Somos pessoas conscientes de que os modelos educacionais e as práticas educativas possuem decisivas condicionantes socioculturais. Este fato exige que, para a transformação da Educação, tenhamos de ultrapassar seu âmbito restrito, englobando as dimensões sociais, políticas e culturais.

Temos a convicção de que a Educação atualmente praticada não contribui para que as gerações futuras tenham condição de superar os cruciais desafios postos para e pela humanidade. Mais do que isso, essa educação acaba por incentivar a formação de pessoas que tendem a reproduzir o modo de pensar, sentir, agir e viver que produziram tais desafios. 

Para que os atuais paradigmas educacionais possam ser superados é necessário estabelecer novas conceções que apontem formas alternativas de pensar, estruturar e praticar a Educação.

Tendo como síntese de nossa visão o trinômio autonomia-responsabilidade-solidariedade, apresentamos nossos “princípios gerais”, assim como alguns exemplos de seus desdobramentos educacionais. A finalidade é tanto orientar a ação dos membros da rede Românticos Conspiradores como esclarecer àqueles que queiram participar ou formar novos núcleos. São estes princípios que, a nosso ver, devem fundamentar a vital transformação da Educação, para que esta possa corresponder às necessidades das pessoas e das sociedades contemporâneas.”

Tinham passado catorze anos, mas era a mesma intenção. E a Carta de Princípios começava assim:

“EDUCAR PARA A INTEGRALIDADE

A educação deve contemplar a humanidade dos educadores e educandos em sua totalidade, sendo coerente com a indivisibilidade das dimensões biológica, mental e espiritual de cada pessoa.”

Na cartinha de amanhã, vos darei a ler um documento feito por muitas mãos, pelas mãos daqueles que, nos primórdios de uma “viragem educacional”, em ato, manifestavam o seu amor pela infância.”

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDLII)

Praia do Sossego, 18 de dezembro de 2043

Ainda Agostinho e o seu Hino à Tolerância:

“Já será grande a tua obra se tiveres conseguido levar a tolerância ao espírito dos que vivem em volta; tolerância que não seja feita de indiferença, da cinzenta igualdade que o mundo apresenta aos olhos que não vêem e às mãos que não agem; tolerância que, afirmando o que pensa, ainda nas horas mais perigosas, se coíba de eliminar o adversário e tenha sempre presente a diferença das almas e dos hábitos; dar-lhe-ão, se quiserem, o tom da ironia, para si próprios, para os outros; mas não hão-de cair no ceticismo e no cómodo sorriso superior; quando chegar o proceder, saberão o gosto da energia e das firmes atitudes. Mais a hão-de ter como vencedores do que como vencidos; a tolerância em face do que esmaga não anda longe do temor; então, antes os quero violentos que cobardes.

Mais alto te pretendo e mais humilde; à tolerância que envergonha substitui o cálido interesse pedagógico, o gosto fraternal de aprender e de guiar; não levantes barreiras, mas abate-as; se consideras pior o caminho dos outros vai junto deles, não os deixes errar só porque os dominarias; transforma em forte, viva chama o que a pouco e pouco se dirige a não ser mais que um gelado desdém.”

Nos idos de vinte, decidi já ser tempo de não tolerar o intolerável. Por exemplo: era comum escutar a expressão “educação democrática”. Mas, cadê essa tal educação democrática? Na cabecinha de teoricistas? No discurso de palestrante ocioso? Nas escolas não estva, não!

Haveria gestão democrática, quando os diretores continuavam cativos da indignidade do dever de obediência hierárquica? 

Se apenas o ensino dito ”superior” (nunca me explicaram em que seria superior) beneficiava de alguma autonomia, o “inferior” (também nunca soube o que seria) nem disso se poderia gabar, pois nesse “inferior” escalão de ensinagem vigorava o autoritarismo e a heteronimia.

Correndo risco de suscitar alguma polêmica, arriscava perguntar: 

As decisões tomadas pelo corpo de educadores de uma escola deverão ser tomadas por maioria (democrática), ou por consenso? A minoria a quem foi Imposta uma decisão democrática respeitará (aceitará) tal decisão, cumprirá aquilo que foi decidido? Dito de outro modo: as decisões deverão ser pautadas na tolerância, ou na aceitação?

Os professores brasileiros pareciam tender à tolerância. Talvez por ser mais cômodo ir ao aeroporto, xingar o time que perdeu uma partida de futebol, do que manifestar na rua, na praça, em todo o lugar, a não-aceitação do enriquecimento ilícito, da corrupção, de crimes contra o erário público. Era mais fácil do que intervir, quando um energúmeno joga uma lata vazia pela janela do carro, ou quando uma justiça obtusa permitia que o político corrupto beneficiasse de impunidade. 

O péssimo exemplo de significativa parte da classe política influenciava o caráter do povo, poluia as mentes com valores egoístas. O povo brasileiro sofria de uma bovina tolerância face aos atos imorais dos indigentes morais, que conspurcavam a nobre arte de fazer política.

Li (já não sei onde) que a ética se assemelha a uma reta: a menor distância entre os pontos A e B, onde A é o Ideal e B, a Ação. Deveríamos tolerar a incoerência entre o pensar e o fazer, aceitar a necessidade de fincar barreiras perante procedimentos moralmente contraditórios?

Não existia qualquer razão para tolerar os efeitos de um sistema educacional hierárquico, autoritário, imoral e corrupto. Por isso, a “reserva moral” do sistema resolveu suster uma nefasta inversão de valores, definindo princípios de ação. 

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDL)

Sobral, 16 de dezembro de 2043

Neste dia de há vinte anos, se fechou o processo de criação das ARCAs. Hei-de explicar-vos o que eram essas organizações. Agora, completarei a transcrição de parte da missiva do amigo António, um dos fundadores da ARCA portuguesa.

Era uma carta dirigida ao Ministro da Educação, em que se dizia ser preciso:

“Criar projetos educativos verdadeiros referenciais de ação das escolas, em autonomia, reforçando o seu funcionamento enquanto organizações educativas:

colocar os alunos no centro do processo de renovação do sistema educativo, da escola pública e da aprendizagem;

melhorar o funcionamento da escola pública, alterando o paradigma burocrático (ao nível organizativo) e o paradigma transmissivo e heterónomo (ao nível pedagógico) que a caraterizam;

honrar a necessidade de se olhar para a escola pública como “a escola da cidadania”; 

assumir “como prioridade a concretização de uma política educativa centrada nas pessoas, que garanta a igualdade de acesso à escola pública, promovendo o sucesso educativo e, por essa via, a igualdade de oportunidades” (preâmbulo do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho); 

integrar, de modo adequado, toda a comunidade escolar (segurança, equilíbrio e proximidade), acolhendo e valorizando a sua megadiversidade, a nível funcional, social, cultural, neurológico e afetivo.

Considerando, finalmente, o facto de o atual governo ainda estar em funções plenas. 

Os signatários vêm, por este meio, solicitar a criação do grupo do trabalho “Educação Humanizada”, onde os mesmos tenham assento.”

E eram enunciadas as finalidades do futuro Grupo de Trabalho:

Propor programas, projetos, diretrizes específicas, orientações e legislação que contribuam para a implantação e implementação de novas construções sociais de aprendizagem;

promover a renovação da escola púbica e a criação de escolas públicas de iniciativa local e comunitária;

propor parâmetros de arquitetura e de mobiliário (interior do edifício e exterior a ele) que criem uma nova pedagogia do espaço, promotora de ambientes de aprendizagem ativos, acolhedores e seguros, onde cada educando possa valorizar-se, experimentando, refletindo e co-construindo os seus próprios processos de aprendizagem.

incentivar um desenvolvimento curricular e uma ação pedagógica centrados no respeito pelas caraterísticas, necessidades e interesses de cada educando, assumindo que o sucesso na aprendizagem é diretamente influenciado pela motivação, pelo acolhimento de diversas formas de aprender e pelo respeito por distintos ritmos de aprendizagem.

apoiar a constituição de redes de aprendizagem que promovam o desenvolvimento humano sustentável e integral, baseado na convivência, no diálogo, na solidariedade e na defesa da dignidade humana, dando a cada educando a oportunidade de ser e de aprender de forma significativa.

Coordenar e/ ou orientar e acompanhar projetos de âmbito nacional, regional e/ ou local que visem a criação de Comunidades de Aprendizagem.”

Quer o ministério aceitasse, ou não aceitasse, a criação do grupo de trabalho das novas construções sociais de aprendizagem, elas iriam cumprir-se. 

A sempre adiada Educação do Futuro se fazia presente. Bem à maneira do heterónimo Ricardo Reis: 

“Uns, com os olhos postos no passado / Vêem o que não vêem; outros, fitos / Os mesmos olhos no futuro, vêem / O que não pode ver-se / Esta é a hora / este o momento, isto / É quem somos, e é tudo.”

Se “o fracasso era o do sistema”, como dissera Freire, um olhar de apoena apontava para a refundação do “sistema”.

 

Por: José Pacheco

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Novas Histórias do Tempo da Velha Escola (MCDXLIX)

Juazeiro do Norte, 15 de dezembro de 2043

Do outro lado do oceano, chegava o relato de um breve busquejo de significados. Tínhamos debatido conceitos – como o de “educação integral” – e fazia sentido que o revíssemos a partir do chão de escola, dado que era habitual a sua abordagem por teoricistas. 

O amigo António, companheiro de muitos anos de projetos, assim dizia:

”Bom dia, Carísim@s

Pois é, aqui estou eu de novo. Como vos disse, não estava totalmente convencido com a parte final da minha última proposta. Já encontrei o motivo e explicarei o meu processo de reflexão. Fui pesquisar, mais aprofundadamente, o conceito de Educação Humanizada e o de Educação Integral. Descobri que está muito em voga no Brasil, com muita mistura de aceções, algumas delas impregnadas de “cobertura” cremosa do paradigma da instrução, como se esse “chantilly” de sobrevivência salvasse a face de um sistema que tenta de tudo para se manter;

incorpora vários contributos estrangeiros, nomeadamente das concessões de humanized Learning e da Maker Culture;

tem na sua base, sem o explicitar (na esmagadora maioria dos casos) importantes teóricos da Educação (apesar deles já não o poderem saber), como sejam Dewey, Kilpatrick, Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima (entre outros, claro);

no meio dos “entre outros”, há dois senhores que ainda estão vivos: Barry Zimmerman e um tal de José Pacheco…;

a parte final do nosso documento quase não explicitava em que consiste a dita Educação Humanizada e esses princípios deveriam, por isso, ser realçados.

Honrando os princípios de autorregulação da aprendizagem do primeiro dos “outros” (Zimmerman), mobilizo um breve texto do segundo (Pacheco), incluído na apresentação de conferência que ele dinamizou, recentemente, em Lisboa, no Instituto de Educação, com o tema “Novas construções sociais de aprendizagem”:

“Urge humanizar a educação, conceber novas construções socais de aprendizagem, nas quais, efetivamente, se concretize uma educação integral. Urge constituir redes de aprendizagem, que promovam desenvolvimento humano sustentável. A educação acontece na convivência, de maneira recíproca entre os que convivem.

Se a modernidade tende a remeter-nos para uma ética individualista, nunca será demais falar de convivência e diálogo, enquanto condições de aprendizagem. Será oportuno falar de novas construções sociais de aprendizagem.”

Embora essa apresentação não fale disso, conheço muito bem (in loco, na Escola da Ponte do início dos anos 2000) as conceções de prática pedagógica dessa escola e desse tal Pacheco (“velho insuportável”, segundo as suas palavras, numa estratégia de sedução que tem dado os seus frutos, ao longo de vários anos) e revejo-me, totalmente, nessa prática.

A partir daí, se revelava a proatividade do amigo António e da ARCA portuguesa, quando dirigiam ao Ministro da Educação uma mensagem, que ficou célebre. Começava assim:

“Considerando o desafio lançado publicamente pelo Sr. Secretário de Estado da Educação, António Leite, no encontro de Educação “O Futuro é Hoje: Comunidades de Aprendizagem”, realizado nas Caldas da Rainha (27 de setembro de 2023), para desafiarmos o Ministério da Educação com a apresentação de um projeto.

Considerando também a necessidade de promover a autonomia (organizativa, curricular, pedagógica e financeira) das escolas públicas e o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras (…)”

A proativa missiva enviada pela Coordenação da ARCA portuguesa merece que vo-la dê a ler, na integra… amanhã.

 

Por: José Pacheco

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